11.6.08
horas não muito tardias
É tarde... Percorro as ruas vazias da cidade... Procuro um sopro... uma vaga lembrança do que já foi e que não sei se voltará a ser... Aprecio estes curtos momentos de uma aparente liberdade... Ao longe um gato preto, grande, sonha com o dia em que há-de re-encontrar a sua luz... como eu sonho com o dia em que hei-de re-encontrar o velho prazer de molhar os pés numa poça de agua num qualquer areal com o sol a pôr-se à minha direita, do lado errado... Uma leve brisa traz de oeste os cheiros a pinho... Choveu há pouco, ainda é visível a água mal seca nas ruas... Mais umas horas e há-de desaparecer... como desaparecem sempre nestas alturas as esperanças de voltar atrás...
E dou por mim a escrever sem saber bem o porquê... Algum impulso mais primário ou uma qualquer necessidade de expressar qualquer coisa que não posso por palavras normais... Acabo por não dizer nada... nada de compreensível... Uma mensagem incompreensível para o destino dessa mesma mensagem é inútil... nunca será lida... nunca será compreendida... palavras perdidas num qualquer sub-mundo da compreensão ego-ista de uma qualquer consciência demasiado desconfiada e demasiado desconfiante para poder confiar a alguém a mensagem que precisa que seja lida, pelo menos por alguém, mesmo que um desconhecido... mas este destinatário não é desconhecido... é bem conhecido, e é importante que receba a sua mensagem, que possa compreender a sua mensagem... tarde demais, a mensagem perdeu-se num post críptico qualquer num qualquer espaço virtual escrito em zeros e uns magicamente ordenados e que hão-de dar sentido a alguma coisa... zeros e uns...
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É tarde... Percorro as ruas vazias da cidade... Procuro um sopro... uma vaga lembrança do que já foi e que não sei se voltará a ser... Aprecio estes curtos momentos de uma aparente liberdade... Ao longe um gato preto, grande, sonha com o dia em que há-de re-encontrar a sua luz... como eu sonho com o dia em que hei-de re-encontrar o velho prazer de molhar os pés numa poça de agua num qualquer areal com o sol a pôr-se à minha direita, do lado errado... Uma leve brisa traz de oeste os cheiros a pinho... Choveu há pouco, ainda é visível a água mal seca nas ruas... Mais umas horas e há-de desaparecer... como desaparecem sempre nestas alturas as esperanças de voltar atrás...
E dou por mim a escrever sem saber bem o porquê... Algum impulso mais primário ou uma qualquer necessidade de expressar qualquer coisa que não posso por palavras normais... Acabo por não dizer nada... nada de compreensível... Uma mensagem incompreensível para o destino dessa mesma mensagem é inútil... nunca será lida... nunca será compreendida... palavras perdidas num qualquer sub-mundo da compreensão ego-ista de uma qualquer consciência demasiado desconfiada e demasiado desconfiante para poder confiar a alguém a mensagem que precisa que seja lida, pelo menos por alguém, mesmo que um desconhecido... mas este destinatário não é desconhecido... é bem conhecido, e é importante que receba a sua mensagem, que possa compreender a sua mensagem... tarde demais, a mensagem perdeu-se num post críptico qualquer num qualquer espaço virtual escrito em zeros e uns magicamente ordenados e que hão-de dar sentido a alguma coisa... zeros e uns...