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15.3.04

AVISO

Este blog encontra-se temporariamente suspenso devido a dificuldades financeiras por parte do(s) autor(es). Por este facto desde já nos lamentamos, pedindo a compreensão e a paciência dos nossos leitores e prometendo, contudo, regressar com a maior brevidade possível.


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12.3.04

diário, 3

O objectivo, ao que parece, é proteger a planta do frio e do vento; além disso, há menos possibilidade de a planta se deslocar, e assim é possível, brotarem as raízes e fixarem-se ao solo; de facto, como as raízes são a princípio muito frágeis e se fixam com dificuldade, a menor deslocação do tronco arrancá-las-ia.

Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio, carta 86, página 401, linhas 11 a 17.


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11.3.04

sobre madrid, hoje

As Balas

Dá Outono as uvas e o vinho
dos olivais azeite nos é dado
dá a cama e a mesa o verde pinho
as balas deram sangue derramado

Dá a chuva o inverno criador
às sementes dá sulcos o arado
no lar a lenha em chama dá calor
as balas deram sangue derramado

Dá a primavera o campo colorido
glória e coroa do mundo renovado
aos corações dá o amor renascido
as balas deram sangue derramado

Dá o sol as searas pelo verão
o fermento no trigo amassado
no esbraseado forno cresce o pão
as balas deram sangue derramado

Dá cada dia ao homem novo alento
de conquistar o bem que lhe é negado
dá a conquista um puro sentimento
as balas deram sangue derramado

De meditar concluir ir e fazer
dá sobre o mundo o homem atirado
à paz de um mundo novo de viver
as balas deram sangue derramado

Dá a certeza o querer e o construir
o que tanto nos negou o ódio armado
que a vida construir é destruir
balas que deram sangue derramado

Essas balas deram sangue derramado
só roubo e fome e o sangue derramado
só ruína e peste e o sangue derramado
só crime e morte e o sangue derramado

Adriano Correia de Oliveira - Manuel da Fonseca


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Estou a preparar um post explosivo atrasado para o dia da mulher... vai rebentar com atraso mas vai ter piada... Trata-se de uma reflexão sobre as mulheres em geral, o seu comportamento face ao sexo oposto em particular e uma crítica feroz em relação a certos aspectos... mas não digam a ninguém... é segredo. Não quero ser boicotado por nenhum grupo de feministas receosas...


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diário, 2

Em seu conceito, a liberdade política «significa o direito de praticar tudo o que não ofender a lei do justo, a qual consiste no maior bem de todos em geral e de cada um em particular», e este conceito traduz evidentemente uma extensão da essência da liberdade no sentido social.

Obra Completa de Joaquim de Carvalho, Volume VI, História das Instituições e Pensamento Político, página 209, linhas 13 a 17.


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10.3.04

diário, 1

Eu tornei a voltar-me, e determinei em meu coração saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios.

Bíblia Sagrada, Livro do Eclesiastes ou Pregador, Capítulo 7, Versículo 25


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novas e velhas

Inauguro neste espaço com o próximo post um post diário em que me limitarei a fazer o seguinte: pegarei num livro ao acaso, abro numa página ao acaso e coloco o dedo em cima da folha. A frase em cima da qual o meu dedo aterrar, terá lugar neste blog. Pode ser qualquer coisa, prosa, poesia, romance, drama, texto filosófico, texto bíblico. Nada terá qualquer importância. Não há critério nenhum, nenhuma selecção... Não me importa se alguém vai gostar ou não...


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ecos do silêncio

há pouco fui visitado por esta música... gostei, ela aqui está...


The Sound Of Silence

Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
'Neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dare
Disturb the sound of silence.

"Fools" said I, "You do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you."
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the sign said, "The words of the prophets
are written on the subway walls
And tenement halls."
And whisper'd in the sounds of silence.

- Paul Simon -
"Wednesday Morning 3A.M.", 1964



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3.3.04

mote para uma reflexão sobre a questão da diferença

Outrismo ou Diferentismo: A Versão Belicizante
Um dia, Gronk, o Cro-Magnon do Norte, disse (logo depois de ter inventado a linguagem) a Bonga-Bonga, Cro-Magnon do Sul: "mim diferente tu". O que poderia ter sido o início de uma afirmação inteligente tornou-se, desde logo, razão para uma troca de marretadas porque Gronk acrescentou: "tu diferente mau, mau". Desde então enraizou-se cada vez mais, através da longa história da estupidez humana, a ideia de que as diferenças entre seres humanos são uma coisa negativa. Isso aparece espelhado em frases, muitas vezes repetidas, acerca de "diferenças inconciliáveis ou pessoas que se agrediram entre si por "não conseguirem resolver as suas diferenças". Alguns inteligentes têm procurado esporadicamente convencer os homens de que a existência de diferenças é uma coisa positiva e de que elas podem conduzir, se abordadas criativamente, a um enriquecimento mútuo e/ou a uma complementaridade de contribuições, ideias e até de bens económicos. Isto chegou a produzir investidas históricas perigosas, como algumas ocorridas no período do Renascimento do século XV. Contudo esta ideia sensaborona não vingou, justamente por ser tão sensaborona, tendo sido largamente substituída por sucessivas actualizações da formulação primitiva de Gronk. O "tu diferente mau, mau" transformou-se em "prezado embaixador, a nossa divergência de pontos de vista acerca da localização da fronteira não pode senão conduzir senão a uma declaração de guerra", em "só um palerma pode achar que o clube X jogou bem" ou outras formulações de espírito semelhante. Tudo isto assume contornos de utilidade extrema: para que a natural tendência belicizante dos estúpidos se manifeste, torna-se necessário encontrar adversários (quer se trate de adversários a eliminar fisicamente ou a vencer noutra acepção); porém, como a existência de diferenças é normalmente encarada pelos estúpidos como negativa (ou, no mínimo, algo de que devemos desconfiar), bastará encontrar alguém ou algo diferente para chegarmos a situações bélicas. Por essa razão as Sociedades Secretas Estupidológicas envidaram porfiados esforços, desde tempos imemoriais, para cultivarem não somente o separatismo em geral mas, muito em particular, o outrismo ou diferentismo. O principal passo a dar consiste em convencer as pessoas de que algo ou alguém é diferente e, de preferência, reforçar a ideia de que isso representa uma ameaça às nossas ideias, às nossas posses ou à nossa integridade física ou afectiva. Tudo o resto se segue naturalmente: nascem as rivalidades, as competitividades, as lutas verbais ou físicas, armadas dos modos mais variados que podem ir do pau à metralhadora, do discurso ao míssil intercontinental, do triciclo ao automóvel. O outrismo ou diferentismo assume então decididamente a sua forma belicizante, produzindo agressões activas ou, noutros termos, violência simples e directa.

retirado de: VITOR J. RODRIGUES, A Nova Ordem Estupidológica


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quotidianidades

fui ao blog desta maluca fazer o suposto teste sem acentos e o resultado foi este:

HASH(0x8a50f00)
Sou a Xobineski Patruska normal!


Normal????? Hum... confesso que não esperava isto, mas vindo de quem vem, não surpreende...


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2.3.04

a mulher mais bela que vi hoje



começo a pensar que afinal talvez hajam valores universais... pois não acredito que tal criatura deixe de provocar, pelo menos, o espanto a quem quer que a veja...


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regresso?

Ena... Duas semanas... Há duas semanas que já não vinha aqui... um pouco mais, um pouco mais. Nem sei porque vim hoje. A verdade é que, tal como nas duas últimas semanas não tive a menor vontade de aqui vir, hoje essa mesma ausência de vontade de vir ao blogger e escrever alguma coisa para quase ninguém ler admito que se mantêm. Notem a ausência da personagem... Sim, hoje sou eu que escrevo, eu, e não qualquer personagem criada com o propósito de manter uma aparência mais apetecível para quem lê. Zé Gato até é um nome engraçado... Eu até gostava da série de tv, do pouco que ainda me lembro. É engraçado como se tornou autónomo de mim... Estou a ouvir Rachmaninov, concerto para piano número dois. Por acaso é bastante bom. Esta música tem força, paixão, requinte, drama, comédia... bastante completa... Porque vim aqui hoje? Não sei. Acho que perdi a necessidade de ter um personagem que falasse por mim, ou se calhar fundi-me com o personagem, ou se calhar matei o personagem... eu sei lá... qualquer coisa... De resto o que tinha eu para dizer nas duas últimas semanas? Pouca coisa. Assinalar o aniversário da morte de Kant, se bem que o teria feito fora de prazo, mas tenho sempre a saída das repetidas vezes que ouvi uma das minhas mestras na faculdade repetir com insistência "estamos sempre atrasados..." em relação ao outro, claro. Questões de meta-ética, ética como filosofia primeira, ou ética heteronómica, Levinas. E como mais vale tarde que nunca... Também devia ter assinalado o primeiro aniversário da morte de Maurice Blanchot, autor sobre o qual me ando a debruçar agora, e que considero de importância extrema. Um autor tão interessante como enigmático. Hum... tinha também de escrever um pequeno texto de resposta à pergunta da Lu do blog Romances de Faca e Alguidar que me tinha questionado sobre o meu estado de espírito aquando do último post no blog, se bem que creio que a sua pergunta também estivesse relacionada com um comentário que deixei a post seu no Romances. Claro que me ocorreram outras coisas para postar mas a verdade que começa a parecer-me que este blog perdeu um pouco da sua razão de existir, ou se calhar eu, simplesmente, já não estou prái virado... Qualquer que seja a razão, não me importa muito... Neste momento não me parece que ainda deva concretizar os momentos que atrás referi com excepção da resposta à Lu. Se para tal me der, fa-lo-ei. Senão escrevo sobre outra coisa qualquer. Deixo-vos com um frase de Blanchot retirada da sua obra "Morte Suspensa", em francês "L'Arrêt de Mort".

Há um tempo para aprender, um tempo para ignorar, um tempo para compreender, um outro para esquecer.
Maurice Blanchot

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