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11.4.07

frio, gelo, tão frio que queima...

às vezes é complicado perceber que não somos nada... apegamo-nos a meras migalhas... mas não são nada... não valem nada... a tola ilusão de querer significar alguma coisa... e é difícil acordar... é difícil perceber... é difícil compreender a ausência que insistimos em presenciar... ela não está lá, a presença, mas, cegos de luz, não conseguimos deixar de a ver...

it's not that strange what desire can make quite reasonable people do

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2.4.07

horas mortas

São cinco da manhã... passei quase toda a noite a viajar por posts escritos há muito tempo... por pessoas que já fui, e que ainda sou um pouco... No que escrevemos, pomos sempre tudo aquilo que somos nesse momento, e se, noutro momento, lemos esse texto, é o texto de outro que estamos a ler, e não o nosso... Gosto de lembrar-me de mim, do que já fui, do que recusei ser, do que podia ter sido. Podia não estar aqui, agora, a escrever o que escrevo. Faço-o porque não tenho motivo para não o fazer. Daqui a pouco vou ter de acordar. Trabalho poupado, não estou a dormir. Volta e meia acho que gostava de voltar a ser o que outrora fui. Sentir o que na altura sentia, procurar o que procurava. E será que já não o procuro? No fim de contas, razão nenhuma me faz escrever estas linhas. Ao escrever coloco um ponto no tempo. Um "antes e depois" cósmico, que só para mim faz sentido, pois para os outros sou sempre o mesmo, sem pontos nem quebras. Provavelmente preciso disto. Para me lembrar que já lá não estou, que aquela primeira linha que escrevi, hoje, já não é minha. Que não posso voltar atrás, e que não sei se, mesmo que tal fosse possível, o quereria. Talvez o faça para me lembrar que aquilo existiu, e que, afinal, aquilo sou eu, que aquilo fui eu, e que gostei de o ser. Vou vivendo, lentamente, a nostalgia das horas mortas...

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