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23.5.06

tempo

Sinto que já ia sendo tempo de colocar algo de novo e de diferente neste blog... A verdade é que francamente não me ocorre nada de jeito para aqui colocar... Por duas razões essenciais... A primeira é que no meu rotineiro quotidiano ou não se passa nada de relevante ou se se passa é de demasiada monta para ser aqui colocado. A segunda, não tenho tempo nem paciência para me sentar ao computador a pensar em qualquer coisa que ficasse bem aqui... Não me levem a mal, mas a demência da realidade leva-me a abster-me de fazer certas coisas... Podia falar do trabalho, mas não quero, podia falar de política, mas não quero, podia falar de amores perdidos ou achados, mas não quero... Podia falar, bom, eu estou a falar... mas não quero, não agora, não isto... Acho que vou reactivar os diários... Para breve...

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som

A partir de agora, este espaço conta com música... Para quem quiser ouvir...

Começamos com Mão Morta, do último álbum Nús, a música Tornados...



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8.5.06

pergunta

De que me serve ser capaz de saber porque ages como ages, e porque fazes o que fazes. E o que te motiva, e o que queres e o que não queres, e o que vês no futuro, e o que achas do passado... De que me serve saber como és? De que me serve compreender-te? Para quê tudo isso? Se a única coisa que quero é fazer-te gostar de mim... e isso, miseravelmente, não sei como...

lá fora acho que ouço grilos, mas devo estar enganado... não estou, ouço mesmo grilos...

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grito


preciso de gritar...

mas não consigo...

não porque não grite...

porque, de facto, grito...

mas o meu gritar é vão...

porque tu não queres ouvir...

porque tu não sabes ouvir...

porque tu não sabes que grito...

porque tu não sabes que grito para ti...

porque tu não sabes que grito para que me ouças...

e se soubesses, ouvias?

e eu precisaria de gritar?

ou falar seria suficiente?

Estás aí?

Sabes que estou aqui?

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7.5.06

Where is my mind...

A comunicação entre duas pessoas é a mais complicada das artes...

Passa pouco da meia noite e meia, estou em casa, acabei de sacar do itunes a pagantes a música "Where is my mind" dos Pixies... Este som é completamente fantasmático... Estou a delirar com isto... Do outro lado do vale dos Olivais está a minha comunicação falhada... ou pelo menos foi o que ela disse... Trabalho é trabalho, disse-lhe eu enquando engolia o "não" pela segunda vez, acompanhado com um copo de "não leves a mal". É claro que levei... Percebi tudo ao contrário e levei a mal... "Não menina, não levo nem a bem nem a mal, simplesmente interpreto e tiro conclusões..." Enganei-me, não ignorou a resposta, "Whatever, quero acabar o curso e sair daqui". Compreendo-te... Devia dizer-lhe que não somos assim tão diferentes, ela matava-se se falasse em aparências. Devia dizer-lhe que a aprecio, mas não seria dizer demais? O meu medo de apressar o inapressável é quase tão grande como o de adiar aquilo que acho ser inadiável, tentar chegar perto demais e ela mandar-me dar uma curva, ou pior, dizer-me que estou a invadir o espaço... Horror dos horrores... Acho-te piada, acho que já percebeste, sentes-te bem com isso? Já repeti a música algumas cinco ou seis vezes... Odeio o amor e o que me faz fazer... Daqui a alguns dias serás a minha vitima, ou eu serei a tua... Tenho uma dificuldade tremenda em perceber a tua não-comunicação. Abandonei há alguns anos o estudo da motivação humana, ter-te-ia percebido muito melhor na altura... Hum, acabo de me aperceber, a porra da letra é completamente vazia de sentido, merda, até curto a música... Levei a mal, e tirei conclusões, o meu problema, o que me corroi, é que acho que não te importas com isso... Bolas! Estou farto de escrever para o vazio... Começo a ter idade a mais para ainda me deixar atingir por estas coisas...

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