2.3.04
regresso?
Ena... Duas semanas... Há duas semanas que já não vinha aqui... um pouco mais, um pouco mais. Nem sei porque vim hoje. A verdade é que, tal como nas duas últimas semanas não tive a menor vontade de aqui vir, hoje essa mesma ausência de vontade de vir ao blogger e escrever alguma coisa para quase ninguém ler admito que se mantêm. Notem a ausência da personagem... Sim, hoje sou eu que escrevo, eu, e não qualquer personagem criada com o propósito de manter uma aparência mais apetecível para quem lê. Zé Gato até é um nome engraçado... Eu até gostava da série de tv, do pouco que ainda me lembro. É engraçado como se tornou autónomo de mim... Estou a ouvir Rachmaninov, concerto para piano número dois. Por acaso é bastante bom. Esta música tem força, paixão, requinte, drama, comédia... bastante completa... Porque vim aqui hoje? Não sei. Acho que perdi a necessidade de ter um personagem que falasse por mim, ou se calhar fundi-me com o personagem, ou se calhar matei o personagem... eu sei lá... qualquer coisa... De resto o que tinha eu para dizer nas duas últimas semanas? Pouca coisa. Assinalar o aniversário da morte de Kant, se bem que o teria feito fora de prazo, mas tenho sempre a saída das repetidas vezes que ouvi uma das minhas mestras na faculdade repetir com insistência "estamos sempre atrasados..." em relação ao outro, claro. Questões de meta-ética, ética como filosofia primeira, ou ética heteronómica, Levinas. E como mais vale tarde que nunca... Também devia ter assinalado o primeiro aniversário da morte de Maurice Blanchot, autor sobre o qual me ando a debruçar agora, e que considero de importância extrema. Um autor tão interessante como enigmático. Hum... tinha também de escrever um pequeno texto de resposta à pergunta da Lu do blog Romances de Faca e Alguidar que me tinha questionado sobre o meu estado de espírito aquando do último post no blog, se bem que creio que a sua pergunta também estivesse relacionada com um comentário que deixei a post seu no Romances. Claro que me ocorreram outras coisas para postar mas a verdade que começa a parecer-me que este blog perdeu um pouco da sua razão de existir, ou se calhar eu, simplesmente, já não estou prái virado... Qualquer que seja a razão, não me importa muito... Neste momento não me parece que ainda deva concretizar os momentos que atrás referi com excepção da resposta à Lu. Se para tal me der, fa-lo-ei. Senão escrevo sobre outra coisa qualquer. Deixo-vos com um frase de Blanchot retirada da sua obra "Morte Suspensa", em francês "L'Arrêt de Mort".
Há um tempo para aprender, um tempo para ignorar, um tempo para compreender, um outro para esquecer.
Maurice Blanchot
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Ena... Duas semanas... Há duas semanas que já não vinha aqui... um pouco mais, um pouco mais. Nem sei porque vim hoje. A verdade é que, tal como nas duas últimas semanas não tive a menor vontade de aqui vir, hoje essa mesma ausência de vontade de vir ao blogger e escrever alguma coisa para quase ninguém ler admito que se mantêm. Notem a ausência da personagem... Sim, hoje sou eu que escrevo, eu, e não qualquer personagem criada com o propósito de manter uma aparência mais apetecível para quem lê. Zé Gato até é um nome engraçado... Eu até gostava da série de tv, do pouco que ainda me lembro. É engraçado como se tornou autónomo de mim... Estou a ouvir Rachmaninov, concerto para piano número dois. Por acaso é bastante bom. Esta música tem força, paixão, requinte, drama, comédia... bastante completa... Porque vim aqui hoje? Não sei. Acho que perdi a necessidade de ter um personagem que falasse por mim, ou se calhar fundi-me com o personagem, ou se calhar matei o personagem... eu sei lá... qualquer coisa... De resto o que tinha eu para dizer nas duas últimas semanas? Pouca coisa. Assinalar o aniversário da morte de Kant, se bem que o teria feito fora de prazo, mas tenho sempre a saída das repetidas vezes que ouvi uma das minhas mestras na faculdade repetir com insistência "estamos sempre atrasados..." em relação ao outro, claro. Questões de meta-ética, ética como filosofia primeira, ou ética heteronómica, Levinas. E como mais vale tarde que nunca... Também devia ter assinalado o primeiro aniversário da morte de Maurice Blanchot, autor sobre o qual me ando a debruçar agora, e que considero de importância extrema. Um autor tão interessante como enigmático. Hum... tinha também de escrever um pequeno texto de resposta à pergunta da Lu do blog Romances de Faca e Alguidar que me tinha questionado sobre o meu estado de espírito aquando do último post no blog, se bem que creio que a sua pergunta também estivesse relacionada com um comentário que deixei a post seu no Romances. Claro que me ocorreram outras coisas para postar mas a verdade que começa a parecer-me que este blog perdeu um pouco da sua razão de existir, ou se calhar eu, simplesmente, já não estou prái virado... Qualquer que seja a razão, não me importa muito... Neste momento não me parece que ainda deva concretizar os momentos que atrás referi com excepção da resposta à Lu. Se para tal me der, fa-lo-ei. Senão escrevo sobre outra coisa qualquer. Deixo-vos com um frase de Blanchot retirada da sua obra "Morte Suspensa", em francês "L'Arrêt de Mort".
Há um tempo para aprender, um tempo para ignorar, um tempo para compreender, um outro para esquecer.
Maurice Blanchot