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25.1.04

questão essencial

Há uma dúvida que me tem preocupado ultimamente. Esta questão parece-me determinante para discutir o velho problema das esquerdas que sempre opôs reforma e revolução. Será que, por um lado, as instituições valem por si mesmas e a sua actuação é indiferente às pessoas que actuam em seu nome e que essas pessoas são elas mesmas formadas pelas instituições? Ou, por outro lado, serão as pessoas que fazem as instituições, que determinam sua actuação, que decidem a política praticada pelas instituições que compõem o estado de cariz democrático? Parece-me essencial para qualquer militante de esquerda colocar esta questão, pois ele pode conduzir a uma escolha entre ser-se reformista ou ser-se revolucionário. Senão vejamos, se aceitamos a primeira hipótese estamos a aceitar os pressupostos de que os homens são meros bonecos perante um sistema que lhes amarra as mãos, que lhes cala a boca, que age por si e para si apenas. Mas então? Não compreendo. Não devia o sistema servir os cidadãos? Mas o sistema serve-se a si próprio? Está tão burocratizado o sistema que qualquer pessoa de bem que sirva o sistema é transformado em tirano? Hum... E, por outro lado, se aceitamos a segunda hipótese, o que isso implica? Que os homens são corruptos por natureza? Que no fundo o sistema apenas serve os seus funcionários? Pior, que o sistema é como uma rede que se deixa trespassar por qualquer ideia vil de um qualquer homem político? Que o estado é apenas quem por detrás dele está? Que o sistema é tão transparente que não dá nada à política? Hum... pessoalmente só tenho dúvidas... Contudo parece-me que estamos perante uma situação em que a astúcia dos políticos corruptos que servem os interesses de quem os sustenta adulterou de tal forma a virtude das instituições que já nem se reconhece a fronteira entre os homens e instituições que eles servem. A revolução está a caminho, pela força das consciências individuais, pela vontade dos homens que desejam uma justiça para todos. Pelo fim dos impérios, das desigualdades, dos tiranos. Justiça para todos! Liberdade, Igualdade, Fraternidade! Revolução Já!

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