5.2.05
traições memoriais
Mais uma dou por mim a passar por sítios familiares... A traição da memória leva-me a visitar locais em que outrora sonhava com outras vidas e outras condições de possibilidade... A circularidade do espaço/tempo tem uma maneira curiosa de se fazer notar. Quando menos esperamos, na mais improvável possiblidade, algo acontece que nos atira inapelavelmente em direção a um passado, hoje não mais que uma lembrança longínqua... Ontem, isso aconteceu-me... Quando menos esperava deparei-me na mais improvável situação poética... Quando falo em situação poética o que quero traduzir é uma situação do tipo de um encontro de cinema em que as personagens principais, amores impossíveis ou prestes a ser possibilidade, se definem no derradeiro encontro, num local suficientemente urbano, estação de comboios, terminal de autocarros, aeroporto, etc... Fui claro? Acho que não, mas também não parece importante... Vi-a... ela viu-me... Falámos, comparámos coincidências, rimos das semelhanças, gozámos com o presente, com a miséria do presente de ambos...
Como é ironico, às vezes, o devir... e como frágeis são as memórias de condições de possibilidade goradas...
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Mais uma dou por mim a passar por sítios familiares... A traição da memória leva-me a visitar locais em que outrora sonhava com outras vidas e outras condições de possibilidade... A circularidade do espaço/tempo tem uma maneira curiosa de se fazer notar. Quando menos esperamos, na mais improvável possiblidade, algo acontece que nos atira inapelavelmente em direção a um passado, hoje não mais que uma lembrança longínqua... Ontem, isso aconteceu-me... Quando menos esperava deparei-me na mais improvável situação poética... Quando falo em situação poética o que quero traduzir é uma situação do tipo de um encontro de cinema em que as personagens principais, amores impossíveis ou prestes a ser possibilidade, se definem no derradeiro encontro, num local suficientemente urbano, estação de comboios, terminal de autocarros, aeroporto, etc... Fui claro? Acho que não, mas também não parece importante... Vi-a... ela viu-me... Falámos, comparámos coincidências, rimos das semelhanças, gozámos com o presente, com a miséria do presente de ambos...
Como é ironico, às vezes, o devir... e como frágeis são as memórias de condições de possibilidade goradas...