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23.5.07

círculos e círculos e círculos...

E assim, lentamente, renasço das cinzas... aos poucos... Dia a dia, repetidamente, esperei. Dia após dia, sempre o mesmo ritual. Acordar, pegar na cadeira, sentar à janela, fechada, olhar... olhar... olhar... sarei as feridas deixadas pelas tempestade, uma a uma, pouco a pouco... Fui ganhando o aspecto de antes, de glórias perdidas, de batalhas ganhas, de guerras vencidas, de dias passados a crescer... E olhava para ti, e via-te, ali, mesmo ali, tão proximo. Tão perto e tão longe. Longo. Longo era o caminho que nos separava, a ti na tua cidade, a mim na minha cidade. Mas eu esperava, eu sabia esperar, não podia fazer mais nada, não fazia mais nada. Aguardava pacientemente o dia, o dia de sol vermelho e de lua amarela, o dia de todas as lutas de todos os fins, de todos os princípios, de todas as mudanças, em que nada restaria do que tinha sido antes, tudo seria pó, tudo seria areia, tudo seria memória. E o dia veio, e tu vieste e tudo começou e tudo acabou. Assim! Zás! Sem mais nada. Sem tempo, sem espaço, sem resposta, sem pergunta, sem memória, sem reacção, sem nada... Já nada era nada, já tudo era tudo. E nós, continuávamos, ali, à espera, sem fazer nada, sem ver, sem ouvir, sem dar por nada... E tudo passou, e só ficámos nós, presos, na memória, no branco vazio e dias atrás de dias repetidos... e de quê? E para quê? Para quê mover montanhas? Porquê mudar o mundo, para quê mudar o mundo, se tudo tem um fim, tudo terá um fim, tudo deixará de ser o que foi e o que será, e o que nunca foi, e o que podia ter sido... e o que não foi...

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