<$BlogRSDUrl$>

25.1.09

Sobre a Ilha do Dia Antes de Humberto Eco

Enrolado na teia de loucura de Roberto de la Grive, perdido em parte incerta, preso num barco ao largo de uma ilha que julga ser o meridiano que determina o ponto fixo, a primeira longitude, embarcamos num turbilhão de loucuras e de loucas fantasias, imaginadas ou não, saídas da cabeça de um jovem apaixonado consumido pelo desejo, o alcoól e uma personagem imaginária de seu nome ferrante... Tudo o resto é paisagem e visões de uma pomba cor-de-laranja... Será um papagaio? Só se for na ilha de salomão... Onde se chega com um cão esventrado mas não morto. Cuidado com os canibais, comem marinheiros com medo da peste... Richelieu é um tirano caduco e Mazarino um obstinado. Eco leva-nos à perdição na mente do jovem de la Grive, da qual será muito difícil sair... 

"Não saberei nem sequer escogitar através de que última vicissitude as cartas chegaram à mão de quem devia dar-mas, retirando-as de uma miscelânea de outros desbotados e meio rasgados autógrafos.
  - O autor é desconhecido - deveria porém haver-me dito - a escrita é engraçada, mas como vê está quase apagada, e as folhas já não passam apenas de uma nódoa. Quanto ao conteúdo, pelo pouco que entrevi, são exercícios maneiristas. Sabe como se escrevia naquele Século... Era gente sem alma." 

Humberto Eco, "A Ilha do Dia Antes",  Capítulo XXXX - Colophon, último parágrafo.

Este último parágrafo não é, de todo um bom resumo para o livro, nem tiro dele a minha opinião, apenas um final irónico para tudo o que se passa antes, cheio de conteúdo.


Etiquetas:


 0 Comentários

This page is powered by Blogger. Isn't yours?