23.6.07
o segredo do pão
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Já todos nós experimentámos a sensação desagradável de ir em busca de um pão para dar umas dentadas e apenas temos pão do dia anterior... O problema do pão do dia anterior é aquele que todos sabemos, de um dia para o outro o pão fica duro. Este fenómeno ocorre quase com uma precisão cirúrgica, como se de um minuto para o outro, pronto, já está, ficou duro. Dá que pensar que não haverá nenhuma conspiração global dos padeiros para nos obrigar a comprar mais pão no dia seguinte. Contudo, eu descobri uma solução, francamente melhor que congelar o pão. Descobri eu, então, que colocando o pão no frigorífico o pão não endurece, e isto funciona com vários tipos de pão. Basta manter o pão, dentro de um saco de plástico dentro do frigorífico. O pão fica frio, mas não endurece. Para o poder comer, bastam dez segundos de micro-ondas e fica prontinho para umas dentadas ou para o rechear com o que houver a gosto. E pronto, agora boas dentadas...
22.6.07
num país distante
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Num país distante, havia uma comunidade. Essa comunidade apenas sobrevivia, e sobrevivia bem, porque alguém exterior, chamemos-lhe "deus", lhes providenciava com tudo o que precisavam, comida, espaço, água, diversão... Eram felizes, aparentemente, mas dentro da comunidade haviam duas tribos diferentes que não se davam uns com os outros. Por alguma razão, perdida algures no tempo, tinham por hábito o insulto mútuo, o roubo entre uns e outros, a má convivência... Não havia, entre a comunidade, nenhuma razão aparente que justificasse o ódio, parecia ser apenas o hábito. A terra dava para todos, havia tudo o que precisavam, onde o precisavam. Um dia, o "deus" chateou-se com o facto de não conseguirem partilhar o mesmo espaço e resolveu fazer-lhes um ultimato. Teriam trinta dias para resolver os seus problemas uns com os outros ou sofreriam as consequências. O "deus" não especificou quais seriam... Trinta dias passados e as duas tribos tinham travado uma guerra que os tinha aniquilado a quase todos. Ambas as tribos pensaram entre si que aniquilando a outra não teriam mais problemas e o "deus" nunca os havia penalizado muito, por isso acharam que não haveria problema. Durante dias lutaram, mas a sua força era idêntica, o "deus" tinha-se certificado disso. Passados os trinta dias o "deus" foi ver o que se tinha passado. Já quase não havia comunidade e o "deus" falou aos restantes: "Não souberam agir em comunidade, não conseguiram partilhar um espaço que daria bem para todos, agora já não vão partilhar nada com ninguém, vou privar-vos da liberdade". E com estas palavras viram-se todos dentro de magníficas jaulas de ouro, mas muito pequenas e das quais nunca mais sairiam. E assim se passou num país distante...
16.6.07
kalashnikov
The War Time Rock & Roll Band:
KALASHNIKOV
Um pequeno exemplo:
Peace Is Dead
Esta fabulosa banda tem ainda outros êxitos, tais como:
Warriors of the Hezbollah
Tiananmen, Tiananmen, Kill Another Yellow Man
Sniper
Suicidide Bomber
ps: se alguém conseguir ver de quem é a foto rasgada no final do vídeo do "peace is dead", digam-me, eu agradeço...
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The War Time Rock & Roll Band:
KALASHNIKOV
Um pequeno exemplo:
Peace Is Dead
Esta fabulosa banda tem ainda outros êxitos, tais como:
Warriors of the Hezbollah
Tiananmen, Tiananmen, Kill Another Yellow Man
Sniper
Suicidide Bomber
ps: se alguém conseguir ver de quem é a foto rasgada no final do vídeo do "peace is dead", digam-me, eu agradeço...
14.6.07
sobre a palavra dita
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Sempre tive alguns problemas com as palavras... Sobretudo ao nível da palavra dita, por um lado da sua irreversibilidade, por outro das suas consequências. O problema com a irreversibilidade da palavra dita é que uma vez dita, não é possível desdizê-la. Ela fica, marca decisivamente o seu lugar, como se dividisse categoricamente dois momentos distintos, o momento antes de ser dita, e o momento depois de ser dita. Quanto as consequências da palavra dita, temos de afirmar, em primeiro lugar, que o problema das consequências está intimamente relacionado com o problema da irreversibilidade, pois não fosse por esta característica particular, não colocaríamos o problema das consequências da palavra dita. Posto isto, o problema das consequências é simples, temos de aceitar responsavelmente as consequências, boas ou más, do que dizemos, com o senão de, se não dissermos o que desejamos dizer, ficaremos sempre na dúvida quando às consequências da palavra, uma vez dita. E são estes os problemas que tenho com a palavra dita...
Posto isto, podemos concluir que é sempre muito complicado escolher a melhor altura para dizermos o que queremos, ou mesmo, independentemente da altura, dizermos o que queremos, pois nunca poderemos retirar as palavras, nem alhear-nos das consequências...
Posto isto, podemos concluir que é sempre muito complicado escolher a melhor altura para dizermos o que queremos, ou mesmo, independentemente da altura, dizermos o que queremos, pois nunca poderemos retirar as palavras, nem alhear-nos das consequências...
simbolismos religiosos
Consideremos as principais razões para o religioso. São elas três. A saber: origem, sentido e escatologia.
Tendo em conta estas três dimensões do religioso, procuremos construir uma imagem simbólica da figura do deus das religiões monoteístas.
Será portanto, numa primeira fase, o grande falo originário, símbolo da força bruta de onde tudo brota e de onde tudo vem. (isto não é nenhuma boca aos feminismos)
Será, numa segunda fase, a mão, provavelmente a direita, que segura, suporta e protege, símbolo de conforto.
Finalmente será, numa terceira fase, o enorme seio, voluptuoso, onde eternamente se repousa, símbolo de recompensa, paz e tranquilidade.
Evidentemente que estas três imagens se devem fundir numa, tendo de ser, contudo, possível reconhecer cada um dos elementos individuais nessa mesma imagem...
Bons pensamentos...
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Consideremos as principais razões para o religioso. São elas três. A saber: origem, sentido e escatologia.
Tendo em conta estas três dimensões do religioso, procuremos construir uma imagem simbólica da figura do deus das religiões monoteístas.
Será portanto, numa primeira fase, o grande falo originário, símbolo da força bruta de onde tudo brota e de onde tudo vem. (isto não é nenhuma boca aos feminismos)
Será, numa segunda fase, a mão, provavelmente a direita, que segura, suporta e protege, símbolo de conforto.
Finalmente será, numa terceira fase, o enorme seio, voluptuoso, onde eternamente se repousa, símbolo de recompensa, paz e tranquilidade.
Evidentemente que estas três imagens se devem fundir numa, tendo de ser, contudo, possível reconhecer cada um dos elementos individuais nessa mesma imagem...
Bons pensamentos...
13.6.07
desejos
Quanto mais desejas algo ou alguém, mas facilmente perderás o que queres...
O mundo é um tabuleiro de um enorme jogo em que todos jogamos. Nunca mostres os teus trunfos de uma vez, ou reveles as tuas intenções, se o fizeres terás dado meio passo em direcção à derrota...
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Quanto mais desejas algo ou alguém, mas facilmente perderás o que queres...
O mundo é um tabuleiro de um enorme jogo em que todos jogamos. Nunca mostres os teus trunfos de uma vez, ou reveles as tuas intenções, se o fizeres terás dado meio passo em direcção à derrota...
12.6.07
atribulações laborais
A cena: num call center de um serviço conhecido:
Um cliente afirma: Boa noite! Eu queria activar o meu "reiquindiquem".
Ao que o pobre comunicador, meio atónito, responde: Como?!?!? Activar o quê?
E eis que face à reacção espontânea do comunicador, o cliente desliga.
Duas coisas:
Em primeiro lugar, não se ouvi bem, a palavra acima escrita reflecte o que ouvi na altura.
Em segundo lugar, alguém me sabe dizer O QUE RAIO É UM REIQUINDIQUEM?!?!?!?
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A cena: num call center de um serviço conhecido:
Um cliente afirma: Boa noite! Eu queria activar o meu "reiquindiquem".
Ao que o pobre comunicador, meio atónito, responde: Como?!?!? Activar o quê?
E eis que face à reacção espontânea do comunicador, o cliente desliga.
Duas coisas:
Em primeiro lugar, não se ouvi bem, a palavra acima escrita reflecte o que ouvi na altura.
Em segundo lugar, alguém me sabe dizer O QUE RAIO É UM REIQUINDIQUEM?!?!?!?
10.6.07
8.6.07
passos em falso
agarro-me a ideias falsas, porque são verdadeiras para os outros...
numa espiral infinita de histeria colectiva...
dou comigo a comungar com falsos profetas do inevitável, e da impossibilidade de as coisas serem diferentes...
quem nunca sonhou com a mudança, está condenado a arder eternamente na fogueira das aparências do que nunca foram e que nunca serão...
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agarro-me a ideias falsas, porque são verdadeiras para os outros...
numa espiral infinita de histeria colectiva...
dou comigo a comungar com falsos profetas do inevitável, e da impossibilidade de as coisas serem diferentes...
quem nunca sonhou com a mudança, está condenado a arder eternamente na fogueira das aparências do que nunca foram e que nunca serão...
7.6.07
odeio o verão
Odeio o verão!
Odeio o verão!
Odeio o verão!
Odeio o verão!
odeio o calor insuportável...
odeio entrar no carro e assar com a temperatura lá dentro...
odeio queimar as mãos na água a ferver que sai da torneira...
odeio apanhar constipações porque o ar condicionado está a dez graus negativos e estão cinquenta na rua...
odeio o bafo quente exalado pelo alcatrão das ruas...
odeio as noites em que não consigo dormir por causa do calor...
odeio ter exames às duas da tarde com o bucho cheio e uma moleza insuportável...
odeio queimar os pés na areia...
odeio abrir a janela do quarto e ter vinte mil vespas a tentar entrar...
odeio ter de trabalhar com o calor...
odeio andar na rua com a sensação de estar a assar...
por tudo isto e, de certeza mais alguma coisa, odeio o verão...
mas o que me levou a escrever este post foi ter queimado as mãos na água quente...
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Odeio o verão!
Odeio o verão!
Odeio o verão!
Odeio o verão!
odeio o calor insuportável...
odeio entrar no carro e assar com a temperatura lá dentro...
odeio queimar as mãos na água a ferver que sai da torneira...
odeio apanhar constipações porque o ar condicionado está a dez graus negativos e estão cinquenta na rua...
odeio o bafo quente exalado pelo alcatrão das ruas...
odeio as noites em que não consigo dormir por causa do calor...
odeio ter exames às duas da tarde com o bucho cheio e uma moleza insuportável...
odeio queimar os pés na areia...
odeio abrir a janela do quarto e ter vinte mil vespas a tentar entrar...
odeio ter de trabalhar com o calor...
odeio andar na rua com a sensação de estar a assar...
por tudo isto e, de certeza mais alguma coisa, odeio o verão...
mas o que me levou a escrever este post foi ter queimado as mãos na água quente...
5.6.07
asco
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Não costumo falar de política neste espaço, ou pelo menos, quando o faço, não o faço explicitamente ou referindo directamente pessoas...
Este fim de semana foi a V convenção do Bloco de Esquerda, partido do qual sou militante desde quase a sua fundação e para o qual desempenho cargos quer de direcção política quer cargos de representação pública. Contudo sempre soube manter algum distanciamento da direcção nacional do partido, sempre me pareceram muito peudo-intelectuais, muito burgueses entusiasmados com a revolução, o que às vezes deixava transparecer algum aparente oportunismo nalguma acções e campanhas que se iam fazendo. Pessoalmente sempre me assumi como militante da velha escola marxista, pura e dura, de índole revolucionária, se bem que com algumas influências ao nível filosófico e moral de autores como Ernst Bloch, Jaques Derrida, Jean Meslier, Raoul Vaneigem, entre outros, mas pronto, como o bloco sempre se assumiu como uma espécie de "melting pot" esquerdista em que tudo cabia lá dentro deste o mais refundido ex-comunista até ao católico progressista, digamos que não estava tão desenquadrado quanto isso.
Nesta última convenção, contudo, tive pela primeira vez a sensação de que se calhar o bloco não é a minha casa. Não pela intervenção dos seus militantes base, a maioria pessoas com as suas ideias muito próprias mas honestos no que disseram, mas pela intervenção da sua figura com maior visibilidade pública (sim, continuo, eu e outros recusar-me a chamar-lhe líder, deve ser trauma de esquerdista), o senhor Francisco Louçã. Nunca como nesta convenção as suas palavras tiveram tanto para mim o sabor a oportunismo e a mentira, o timbre do politiqueiro, da palavra que é dita porque é preciso dizê-la não por uma questão de de princípio político mas porque perante a plateia em questão fica muito, mas muito, bem dizê-la.
E isto enoja-me profundamente...
Este fim de semana foi a V convenção do Bloco de Esquerda, partido do qual sou militante desde quase a sua fundação e para o qual desempenho cargos quer de direcção política quer cargos de representação pública. Contudo sempre soube manter algum distanciamento da direcção nacional do partido, sempre me pareceram muito peudo-intelectuais, muito burgueses entusiasmados com a revolução, o que às vezes deixava transparecer algum aparente oportunismo nalguma acções e campanhas que se iam fazendo. Pessoalmente sempre me assumi como militante da velha escola marxista, pura e dura, de índole revolucionária, se bem que com algumas influências ao nível filosófico e moral de autores como Ernst Bloch, Jaques Derrida, Jean Meslier, Raoul Vaneigem, entre outros, mas pronto, como o bloco sempre se assumiu como uma espécie de "melting pot" esquerdista em que tudo cabia lá dentro deste o mais refundido ex-comunista até ao católico progressista, digamos que não estava tão desenquadrado quanto isso.
Nesta última convenção, contudo, tive pela primeira vez a sensação de que se calhar o bloco não é a minha casa. Não pela intervenção dos seus militantes base, a maioria pessoas com as suas ideias muito próprias mas honestos no que disseram, mas pela intervenção da sua figura com maior visibilidade pública (sim, continuo, eu e outros recusar-me a chamar-lhe líder, deve ser trauma de esquerdista), o senhor Francisco Louçã. Nunca como nesta convenção as suas palavras tiveram tanto para mim o sabor a oportunismo e a mentira, o timbre do politiqueiro, da palavra que é dita porque é preciso dizê-la não por uma questão de de princípio político mas porque perante a plateia em questão fica muito, mas muito, bem dizê-la.
E isto enoja-me profundamente...