25.1.09
a internacional em fátima
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A data é dois de janeiro de 2009, o local, fátima, o altar do mundo, local de culto, de fé, de oração. Cerca das onze e meia da manhã, um aprendiz de padre tenta dar uso a um corrente meio de comunicação móvel, marcando o número de determinado destino. De repente, dentro da igreja da santíssima trindade, ao longe, como que um eco distante, podia ouvir-se um conjunto de acordes... Rezava assim: de pé ò vítimas da fome...
Etiquetas: religiosidades
Sobre a Ilha do Dia Antes de Humberto Eco
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Enrolado na teia de loucura de Roberto de la Grive, perdido em parte incerta, preso num barco ao largo de uma ilha que julga ser o meridiano que determina o ponto fixo, a primeira longitude, embarcamos num turbilhão de loucuras e de loucas fantasias, imaginadas ou não, saídas da cabeça de um jovem apaixonado consumido pelo desejo, o alcoól e uma personagem imaginária de seu nome ferrante... Tudo o resto é paisagem e visões de uma pomba cor-de-laranja... Será um papagaio? Só se for na ilha de salomão... Onde se chega com um cão esventrado mas não morto. Cuidado com os canibais, comem marinheiros com medo da peste... Richelieu é um tirano caduco e Mazarino um obstinado. Eco leva-nos à perdição na mente do jovem de la Grive, da qual será muito difícil sair...
"Não saberei nem sequer escogitar através de que última vicissitude as cartas chegaram à mão de quem devia dar-mas, retirando-as de uma miscelânea de outros desbotados e meio rasgados autógrafos.
- O autor é desconhecido - deveria porém haver-me dito - a escrita é engraçada, mas como vê está quase apagada, e as folhas já não passam apenas de uma nódoa. Quanto ao conteúdo, pelo pouco que entrevi, são exercícios maneiristas. Sabe como se escrevia naquele Século... Era gente sem alma."
Humberto Eco, "A Ilha do Dia Antes", Capítulo XXXX - Colophon, último parágrafo.
Este último parágrafo não é, de todo um bom resumo para o livro, nem tiro dele a minha opinião, apenas um final irónico para tudo o que se passa antes, cheio de conteúdo.
Etiquetas: leituras
sou uma pedra
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"Sou uma pedra, sou uma pedra, dizia-se. E depois, para evitar até falar consigo mesmo: pedra, pedra, pedra.
O que sentiria eu se fosse realmente uma pedra? Em primeiro lugar o movimento dos átomos que me compõe, ou seja o estável vibrar das posições que as partes das minhas partes das minhas partes mantêm entre si. Sentiria o zumbir do meu empedrecer. Mas não poderia dizer eu, porque para dizer eu é preciso que haja outros, algo de outro a que possa opor-me. Em princípio a pedra não pode saber que haja outro fora de si. Zumbe, pedra ela mesmo pedrante, e ignora o resto. É um mundo. Um mundo que mundula sozinho."
Humberto Eco, "A Ilha do Dia Antes", Capítulo XXXVII - Exercícios Paradoxais sobre como Pensam as Pedras, página 434.
Etiquetas: ECO-ismos
alcatel
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... e pela noite escura, numa fria noite de inverno, pouco depois da meia noite, um grupo de pessoas, escondidas e disfarçadas, leva a cabo a sua tarefa redentora... De repente um deles, levantando no ar uma taça de vidro, proferindo as obscuras palavras "morte à máquina", atira com força a taça contra o chão desfazendo-a em pedaços... Um curto festejo, e rapidamento o grupo dispersa... Colado a um dos cacos há um papel onde se podem ler as estranhas letras ALCATEL...
Etiquetas: desvarios laboriais
ano novo
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Tenho apenas um voto para o ano novo. Eu sei que parece redutor apenas desejar uma coisa, mas não devemos nunca exagerar nos nossos desejos e lá diz o sábio ditado popular (estou mesmo a ser cínico) "devemos sempre ter as espectativas baixas para que depois possamos ser surpreendidos com algo mais e melhor" (acabei de inventar esta merda). E por isto o meu desejo para o ano que já leva mais de vinte dias é: um V8...
...ah, e já me esquecia, paz no mundo (dito com uma voz cândida e tôla e parva)...
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actualizações temporalizadas em poucos minutos
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os textos que se seguem são um conjunto de textos que já aqui deviam estar e que não estavam por mera questão de poder responder ao tempo...
Etiquetas: circunstancialidades
20.1.09
conta corrente
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E finalmente ganhas a coragem para cortar o cordão que insistias que cortasse eu, para que com isso te aliviasse do peso de seres tu a assumir a responsabilidade da separação definitiva, da qual apenas tu carecias... querias que fosse eu por ser demasiado doloroso, mas a dor é tua e não minha... eu apenas tenho pena de perder uma pessoa, que, afinal, nunca tive...
Etiquetas: casualidades forçadas...