<$BlogRSDUrl$>

30.12.04

tempos

Há coisas cujo tempo está tão marcado, tão definido, tão delineado que, se nos distraimos e, por qualquer motivo, deixamos esse tempo passar, quando damos por nós já se foram... e da condição de possibilidade de algo bonito apenas restará uma pálida ideia do que poderia ter sido...

 0 Comentários

27.12.04

a lua, hoje



 0 Comentários
pensamentos


William Blake - Whirlwind of Lovers

estou a pensar em ti...

 0 Comentários

25.12.04

natal

Passa pouco das nove e meia da noite... Saio para a rua, lá dentro estava-se melhor... A cidade apresenta-se vazia aos meus olhos. Não se vê vivalma... A cidade é minha... As ruas despidas oferece-se-me de uma forma grotesca. Sinto-me perdido, entregue a mim mesmo. O mundo está fechado, submisso à vontade do éter omnipresente. Maldita religião que submete as liberdades...

Odeio o natal. Tenho razões para isso. Odeio-o por razões primeiro morais, depois políticas e finalmente religiosas. O natal, hoje, é uma violência consumista imposta pelo subterfúgio religioso. Quero resistir-lhe, mas o hábito... o hábito é avassalador. Sou obrigado, forçado, a participar nesta "festa", rito pagão adaptado às necessidades do império, também romano. O pai natal "coca-cola"... o vermelho, de onde acham que veio? Enoja-me o consumismo cavalgante, violento, avassalador... Não posso fugir-lhe. Perco-me na circularidade dircursiva, sou obrigado a ela, compelido pela violência de um sentimento de, ao mesmo tempo, raiva e impotência...

BARDAMERDA MAIS OS VOSSOS NATAIS E A VOSSA SUBMISSÃO AOS HÁBITOS PODRES DE UM MUNDO DEMASIADO CEGO PARA PERCEBER O QUE É IMPORTANTE

não fosse pelo sorriso das crianças...

 0 Comentários

21.12.04

breve apontamento sem propósito

Às vezes acho que me assombro demasiado...

 0 Comentários

20.12.04

diário sem número

Qualquer coisa cuja leitura começei e que já me assombra...

Miserável. Tinha por cima da cabeça o único lugar estável do cosmos, o único resgate à maldição do panta rei, e pensava que isso era lá com ele e não consigo mesma. E de facto o casal afastou-se logo a seguir - ele instruido em qualquer manual que lhe tinha ofuscado as possibilidades de se maravilhar, ela inerte, inacessível ao arrepio do infinito, ambos sem terem registado na memória a experiência aterradora daquele seu encontro - primeiro e último - com o Único, o En-soft, o Inexprimível. Como se pode não cair de joelhos perante o altar da certeza?

Umberto Eco, O Pêndulo de Foucault, página 11 linha 27 a pagina 12 linha 4.

 0 Comentários

9.12.04

diário 4

Que algo aconteça, isto é, que surja algo ou algum estado, que anteriormente não era, é o que não pode ser percebido empiricamente, se não for precedido de um fenómeno que não contenha em si esse estado; pois uma realidade, que sucede a um tempo vazio, portanto um começo, que não seja precedido de um estado de coisas, tão-pouco pode ser apreendido como o próprio tempo vazio.

Immanuel Kant, Crítica da Razão Pura, página 220, linhas 12 a 19.


nota: para compreender este post remeto-vos para o post intitulado "novas e velhas" de dez de março do ano corrente.

 0 Comentários

6.12.04

suposições

Não era suposto vir aqui hoje. Sempre que venho é com propósito ou com uma ideia de algo que quero dizer ou especificamente colocar aqui, aqui e não noutro lado... Hoje não sinto nada disso. Hoje, não sei porquê, apete-me perseguir fantasmas. Não sei se passados, se futuros... Sei que me apetecia dizer qualquuer coisa hoje e aqui estou, agora, a pensar no que havia de dizer, ou no que tenho vontade de dizer. Há uma musiquinha que não me sai da cabeça, trazida pela imagem de uma rapariga, e pelo final de um filme. Não um filme real ou que já tenha visto mas de algo na minha cabeça, de uma história como eu quero que acabe, visualmente, pelo menos... Joy Division - Love will tear us apart. Apesar da letra falar de um fim, a música lembra-me sempre não o fim mas o começo de um amor. Já não estou a fazer sentido nenhum, mas também não era suposto, nem me preocupo se sou compreendido ou não. Mas há, de facto, qualquer coisa a mexer com a minha cabeça (mexer com não é uma expressão muito correcta, mas já não me vou ralar com isso)... Uma certa frágil inconsistência deu-se-me a connhecer melhor e, digamos que, gostei. Aliás, gostei demais... Este gato ficou um bocado aluado com esta gata que se diz negra por dentro e por fora, mas que é branca como a luz... De negro só mesmo o cabelo... Negro como bréu, mas enfim, gosto... Há certas cumplicidades difíceis de encontrar... Estou, neste momento, tentado a colocar no blog a letra dos Joy Division. Quem assim o pretender, deixe comentário nos miados... É tarde, a lua vai alta, o seu quarto minguante des-vela-se, não há nevoeiro, a luz está forte... Está uma boa noite para ir à procura de novos monstros, esperando que os monstros também andem à procura de um qualquer gato vadio, sedento de luas pálidas que lhe aqueçam o pelo numa noite fria de inverno com a sua luz brilhante...

 0 Comentários

This page is powered by Blogger. Isn't yours?