17.7.11
As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece?
Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tente esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!
É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou de coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso primeiro aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados, se tivessem apenas o peso que têm em si: isto é, se os livrássemos da carga que lhe damos, aceitando que não tem solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença do que se padeceu. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembrança, na esperança de ele se cansar.
Porque é que é sempre nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais a falta das pessoas de quem amamos? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende. A minha mãe. O meu amor. E a felicidade faz-nos sentir pena e culpa de não a podermos partilhar. É por estarmos de uma forma ou de outra sozinhos que a saudade é maior.
Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam do afastamento para poderem continuar. Afonso Lopes Vieira dizia que Portugal estava mal, que era preciso exilar-se para poder continuar a amar a Pátria dele. Deixar de vê-la para ter vontade de a ver. Ás vezes a presença do objecto amado provoca a interrupção do amor. E a complicação, o curto-circuito, o entaralamento, a contradição que está ali presente, ali, na cara do coração, impedindo-o de continuar.
As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixarem de se amar, nem separar-se, nem esquecer-se, mas morrem e deixam e separam-se e esquecem-se. Custa aceitar que os mais velhos, que nos deram vida, tenham de dar a vida para poderem continuar vivos dentro de nós. Mas é preciso aceitar. É preciso aceitar. É preciso sofrer, dar urros, murros na mesa, não perceber. E aceitar. Se as pessoas amadas fossem imortais perderíamos o coração. Perderíamos a religiosidade, a paciência, a humanidade até.
Há uma presença interior, uma continuação em nós de quem desapareceu, que se ressente do confronto com a presença exterior. É por isso que nunca se deve voltar a um sítio onde se tenha sido feliz. Todas as cidades se tornam realmente feias, fisicamente piores, à medida que se enraízam e alindam na memória que guardamos delas no coração. Regressar é fazer mal ao que se guardou.
Uma saudade cuida-se. Nos casos mais tristes separa-se da pessoa que a causou. Continuar com ela, ou apenas vê-la pode desfazer e destruir a beleza do sentimento, as pessoas que se amam mas não se dão bem, só conseguem amar-se bem quando não se dão.
Mas como esquecer? Como deixar acabar aquela dor? É preciso paciência. É preciso sofrer. É preciso aguentar.
Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio do remoinho de erros que nos revolve as entranhas de raiva, do ressentimento, do rancor - temos de encontrar a raiz daquela paixão, a razão original daquele amor.
As pessoas morrem, magoam-se, separam-se, fazem os maiores disparates com a maior das facilidades. Para esquecê-las é preciso chorá-las primeiro. Esta é uma verdade tão antiga que espanta reparar em como ainda temos esperanças de contorná-la. Nos uivos das mulheres nas praias da Nazaré não há “histeria” nem “ignorância” nem “fingimento”. Há a verdade que nós, os modernos, os tranquilizados, os cools, os cobardes, os armados em livres e independentes, os tanto-me-fazes, os anestesiados, temos medo de enfrentar.
Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas das Caraíbas, livros de poesia- só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar fôlego.
Esta dor tem de ser aguentada e bem sofrida com paciência e fortaleza. Ir a correr para debaixo das saias de quem for é uma reacção natural, mas não serve de nada e faz pouco de nós próprios. A mágoa é um estado natural. Tem o seu tempo e o seu estilo. Tem até uma estranha beleza. Nós somos feitos para aguentar com ela.
Podemos arranjar as maneiras que quisermos de odiar quem amamos, de nos vingarmos delas, de nos pormos a milhas, de lhe pormos os cornos, de lhe compormos redondilhas, mas tudo isso não tem mal. Nem faz bem nenhum. Tudo isso conta como lembrança, tudo isso conta como uma saudade contrariada, enraivecida, embaraçada por Ter sido apanhada na via pública, como um bicho preto e feio, um parasita de coração, uma peste inexterminável barata esperneante: uma saudade de pernas para o ar.
O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne (eu quero do lombo, mesmo por cima da tua anca de menina, se faz favor).
E mesmo assim, mesmo magoado, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na alma o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto, aos soluços, dobrada sobre a areia de Nazaré, mesmo com muita paciência e muita má vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho.
Quanto mais fácil amar e lembrar alguém – uma mãe, um filho, um grande amor – mais fácil deixar de ama-lo e esquece-lo. Raio de sorte, ó lindeza, miséria suprema do amor. Pode esquecer-se quem nos vem à lembrança, aqueles de quem nos lembramos de vez em quando, com dor ou alegria, tanto faz, com tempo e paciência, aqueles que amamos com paciência, aqueles que amamos sinceramente, que partiram, que nos deixaram, vazios de mãos e cheios de saudades, esses doem-se e depois esquecem-se mais ou menos bem.
E quando alguém está sempre presente?Quando é tarde. Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar. Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar? Aí está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí está a maior das felicidades.
Cardoso, Miguel Esteves - Último Volume. 5ª ed. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, pp. 79 - 83
Um belo texto de Miguel Esteves Cardoso
15.7.11
Zubiri, Xavier - Sobre la Esencia. 5ª ed. Madrid: Alianza Editorial, 1985, pp 124
22.2.11
Somebody hurt you
Boy
I wish I knew who
Could look
Into your sad eyes
And make
Such a sweet thing cry
You're lonely like only the broken can know
Aching for love but afraid to show
See how I miss you
Boy
Someone might hurt you
But it would never be me
I'd wrap you inside me
Be free or just hide for awhile
'Cause I'm lonely like only the broken can know
Aching for love but afraid to show
Lonely like only the broken can be
Breaking my own heart to make you see
See how I miss you
Please don't run away from the things that are real
And don't be afraid of whatever you feel
I'm feeling it too
I'm feeling it too
Boy
If you go looking
For things like in younger days
There won't be an answer
Only love can change your ways
You're lonely like only the broken can know
Aching for love but afraid to show
Lonely like only the broken can be
Breaking your own heart to make me see
See how I miss you
Boy, somebody hurt you
Boy, somebody hurt you
Boy, somebody hurt you
Boy, somebody hurt you
Boy, somebody hurt you
Boy, somebody hurt you
Boy
6.1.11
26.12.10
Color me once color me twice
Everything gonna turn out nice
Everlasting arms you gotta keep me from these false alarms
Alarm, alarm I see you sad
Maybe I see you I'm glad
Maybe maybe t he fire of her desire
Patience patience said the man
Patience patience I can't understand
Patience like a man and a wife I got patience on my neck like a cold cold knife
I say Jack be nimble Jack fall dead
Jack bend over and give Jilly head
Oh you gotta help my body heal my soul
Dead men working a sinner a saint
Mixing up a pail of paint
Painted the house, black as night
When the sun came up the house was white
Gotta go on gotta go on
we gotta go on you gotta go on
you gotta go on
go on
go on
try and live life like I couldn't
14.12.10
Álvaro de Campos - Opiário
Opiário
Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro
É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.
Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.
Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.
É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.
Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.
Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.
Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.
Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.
Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.
E fui criança como toda a gente.
Nasci numa província portuguesa
E tenho conhecido gente inglesa
Que diz que eu sei inglês perfeitamente.
Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!
A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.
Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.
Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?
Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.
Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.
Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smokink-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.
Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.
Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.
Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.
Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou. Sou doente e fraco.
O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca... e o resto ele adivinha.
Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.
Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,
E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.
Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O fato é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.
Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranqüilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.
Pertenço a um gênero de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.
Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.
Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer,
Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!
Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.
Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.
Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!
Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.
E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.
Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?
Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.
Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!
Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.
O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...
Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.
Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!
A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.
E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!
(No Canal de Suez, a bordo)
28.11.10
5.10.10
3.8.10
23.7.10
18.7.10
8.6.10
(...)
(1) Era o que hoje podíamos chamas deliciosas sandes de merda..."
Dicionário Filosófico de Voltaire, Editorial Presença, 1966, Primeiro Volume, página 273
Uma tradução, não assinada, de Luiz Pacheco, oficialmente a tradução é de Bruno da Ponte. Convenhamos que esta nota do tradutor, da autoria de Pacheco, não deixa de ser uma reflexão bastante... assertiva... tendo em conta o texto...
17.5.10
11.5.10
I'm so happy. Cause today I found my friends.
They're in my head. I'm so ugly. But that's ok.
'Cause so are you. We've broke our mirrors.
Sunday morning. Is everyday for all I care.
And I'm not scared. Light my candles. In a daze cause I've found god.
Yeah yeah yeah yeah.....
I'm so lonely. And that's ok.
I shaved my head. And I'm not sad, and just maybe
I'm to blame for all I've heard. And I'm not sure.
I'm so excited. I can't wait to meet you there.
And I don't care. I'm so horny. But that's ok. My will is good.
Yeah yeah yeah yeah yeah.....
I like it. I'm not gonna crack.
I miss you. I'm not gonna crack.
I love you.I'm not gonna crack.
I killed you. I'm not gonna crack.
I'm so happy. Cause today I found my friends.
They're in my head. I'm so ugly. But that's ok.
'Cause so are you. We've broke our mirrors.
Sunday morning. Is everyday for all I care.
And I'm not scared. Light my candles.
In a daze cause I've found god.
Yeah yeah yeah yeah.....
I like it. I'm not gonna crack.
I miss you. I'm not gonna crack.
I love you.I'm not gonna crack.
I killed you. I'm not gonna crack.
8.5.10
22.4.10
20.4.10
FLORESTA EM SONHO
[Heiner Müller - Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael]
Esta noite atravessava uma floresta a sonhar
Ela estava cheia de horror. Seguindo a cartilha
Os olhos vazios, que nenhum olhar compreende
Os bichos erguiam-se entre árvore e árvore
Esculpidos em pedra pelo gelo. Da linha
De abetos, ao meu encontro, através da neve
Vinha estalando, é isto um sonho ou são os meus olhos que a vêem,
Uma criança de armadura, coiraça e viseira
A lança no braço. Cuja ponta faísca
No negro dos abetos, que bebe o sol
O último vestígio do dia uma seta de ouro
Atrás da floresta do sonho, que me faz sinal de morrer
E num piscar de olho, entre choque e dor,
O meu rosto olhou-me: a criança era eu.
14.4.10
12.4.10
11.4.10
Lexus LFA
Engine - V10, 4805cc, 40v
9.4.10
Etiquetas: Gripes Sasonais
29.3.10
Etiquetas: delírios nocturnos
19.3.10
10.3.10
Etiquetas: Músicas
9.3.10
25.2.10
Etiquetas: delírios nocturnos
24.2.10
Etiquetas: filmes
14.2.10
Every face even the one you saw yesterday
It looks different today
Because everything's changed since yesterday
Things seem different today
Not like yesterday
Is consideration more like an exception of consideration?
You held the world in your arms tonight
And what if you held the world in your arms?
When you're secure do you feel much safer?
When days never change and it's three years later
It's like your life hasn't changed and it's three years late
How does it feel to be three years late
And watching your youth drift away?
What seems different seems different today
What seems different seems different today
You held the world in your arms tonight
And what if you held the world in your arms?
And what if you held the world in your arms tonight?
Etiquetas: delírios nocturnos
29.1.10
sobre a morte
Numa investigação sobre a morte, sobre as atitudes perante a morte, várias são as questões prévias que se colocam não só relativamente ao tipo de abordagem que se pode ter perante o próprio conceito e significado simbólico do “acontecimento” da morte, mas também relativamente à visão e ao significado que o mesmo “acontecimento” tem para cada um. Antes de tudo, fazer a análise da morte, ainda que de um ponto de vista da observação das atitudes perante esta, não deixa também de ser um exercício pessoal da morte, enquanto experiência da morte própria por um lado, experiência essa sempre numa dimensão em que nos projectamos como ausência presente da própria morte, não a sofremos, simplesmente vemos a nossa ausência, simbolicamente representada, por exemplo, numa campa com o nosso nome ou foto e com pessoas conhecidas à volta ou seja projectamos a nossa morte através da experiência da nossa morte tida pelo outro, e por outro lado como experiência da morte do outro, desta vez vista como ausência e tida/sofrida na primeira pessoa. Em bom rigor, a experiência da morte é sempre uma experiência de ausência. Por um lado de nós próprios em relação ao mundo, somos como o espião invisível que vê a sua ausência como que escondido atrás de algo, e por outro lado a ausência do outro sentida na primeira pessoa. Ou seja, a morte é sempre a morte do outro.
28.1.10
foi como entrar
foi como arder
para ti nem foi viver
foi mudar o mundo
sem pensar em mim
mas o tempo até passou
e és o que ele me ensinou
uma chaga pra lembrar que há um fim
diz sem querer poupar meu corpo
eu já não sei quem te abraçou
diz que eu não senti teu corpo sobre o meu
quando eu cair
eu espero ao menos que olhes para trás
diz que não te afastas de algo que é também teu
não vai haver um novo amor
tão capaz e tão maior
para mim será melhor assim
vê como eu quero
e vou tentar
sem matar o nosso amor
não achar que o mundo é feito para nós
foi como entrar
foi como arder
para ti nem foi viver
foi mudar o mundo
sem pensar em mim
mas o tempo até passou
e és o que ele me ensinou
uma chaga pra lembrar que há um fim
FIM
5.1.10
manhã... os raios de sol rompem ténues pelas frestas da persiana, o suficiente apenas para salientar os contornos do teu corpo... olho para ti... suavemente passo a mão pelo teu cabelo... com um sorriso, abres ligeiramente os olhos e dizes baixinho, como que um leve susurro, bom dia... por alguns instantes estamos fora do tempo, existimos só para nós... fora da surrealidade do quotidiano e da vida que o sol tem para nós la fora...
Parte 2: A dieléctica entre homens e mulheres.
Pergunta: porque é que numa sociedade capitalista as mulheres são desvalorizadas relativamente aos homens?
Resposta: A resposta a esta pergunta reside fundamentalmente na análise da relação de trabalho e do seu contexto. Do ponto de vista do capitalista, ponto as coisas nestes termos simplificados, o aumento da taxa de lucro resulta da criação de mais-valia assente na redução do custo da força de trabalho. Para obter esta redução um dos mais simples mecanismos é a da descriminaçãoda força laboral, quer seja de género, de raça, de orientação sexual, de nacionalidade, ect. Contudo, destas enunciadas, a mais amplamente difundida e aplicada é a descriminação de género. Esta discriminação exerce-se, muitas vezes de uma forma inconsciente e automática, com um único propósito, obter mão-de-obra barata. Muitas vezes esta relação é mascarada como uma conflitualidade entre os sexos, ou mesmo como consequências de uma sociedade ocidental marcadamente patriarcal do ponto de vista histórico, mas isto não passa de areia para os olhos, de tentativas do próprio capitalismo de disfarçar o seu benefício com esta discriminação de género. Resumindo, o capital precisa desta situação precária da mulher no mundo do trabalho, de perpetuar a visão de inferioridade da mulher, simplesmente porque daí tira proveito.
Resposta simplificada: Porque o capital precisa de mão-de-obra barata.
27.12.09
23.12.09
8.12.09
Etiquetas: circunstancialidades
25.11.09
Ando às voltas a esquecer quem sou
Bebo a noite até o Sol chegar
Ele sempre me encontrou
Só o Amor me faz correr
Só o Amor me faz ficar
Só o Amor me faz perder
Só o Amor me faz querer mais
Não sei viver sem ter de viver
O que me dão já não sei gostar
Não se perde o que não se quer ter
Cada vez mais sei esperar
Só o Amor me faz correr
Só o Amor me faz ficar
Só o Amor me faz perder
Só o Amor me faz querer mais
E se for a primeira vez que os teus dedos tocam a luz da manhã, dá-me a tua mão, respira o ar do dia, talvez nada mais...
Só o Amor me faz correr
Só o Amor me faz ficar
Só o Amor me faz perder
Só o Amor me faz querer mais
24.11.09
Etiquetas: temporalidades
19.11.09
23.9.09
19.9.09
29.8.09
13.8.09
Etiquetas: Devaneios Pseudo-Poéticos
9.8.09
Letra:
Jovem vagueava pela floresta
Como que em êxtase nocturno
Sente enigmático vulto
Mover-se pelos meandros da noite
Tomada abruptamente
Sem esboçar qualquer defesa
A cativante e atraente mulher
De imediato é eleita como presa
O ruído da moto-serra,
Materializa-se de seguida na carne
Dilacerante golpe abdominal
Rasga-lhe o toráx profundamente
O estranho engenho motorizado
Inicia golpe até à vulva
Começando perfurar
A envolvente genital
Violada, Pela Moto-Serra
A impiedosa lâmina
Usada pelo sórdido psicopata
Revela-se implacável
Na dilaceração corporal da vítima
Aproxima-se o desfecho do processo
Banhada em sangue
Os gritos da vítima
Ecoam ciclicamente
Consumado o coito laminar
A moto-serra divide-a longitudinalmente
Após os seios esquartejar
O autor do processo sacia a sua mente
Violada, Pela Moto-Serra
A noite é tomada pelo silencio
Uma leve brisa parece desvanecer o odor a morte
Fornicada pelo bisturi
Notória impotência sexual
Precipita uso de bisturi
Letal haste metálica
Esburaca a genitalia
Impulso nimfomaniaco
Menarca encetada
Catatonia gradual
Histerectomia diagnosticada
Gradativa taquifilaxia
Anasarca existencial
Libido letargia
Menstrual cólica
Intensifica agonia
Dispareunia hiperbólica
Anestesia desvanece
Rigidez plástica
Ritmo da haste permanece
Dismenorreias globais
Frigidez anafrodísiaca
Convulsão difusa
Classificação dónica
Área contusa
Contracção tónica
Delirio tremulo
Recalcamento venéreo
Torção extravagante
Estado etéreo delirante
Cópula bifásica
Ocitócico pernicioso
Lassitude corpórea
Necrólise espontânea
E uma última pérola da qual não consegui recuperar um vídeo mas apenas a letra, aqui fica...
Sufocada pelo sémen
Mulher extravagante
Amante do invulgar
No seu ritual diário
Gosta de copular Rasgada...Estropiada...Empalada...Esquartejada...Penetrada...Esfacelada...Enforcada...Esfaqueada...Decapitada...Estropiada...Copulada...Decepada...Montada...Estrangulada...Esganada...
Cavidade toráxica
Extracção vaginal
Simbiose hipoláxica
Aneurisma genital
Felação necrófila
Induração forjada
Psicótica quelante
Extravascular mamada
Jactos de esperma
Banham a sua essência
Tortuosa sessão
Com laivos de demência
Sufocada pelo sémen
Como disse no início, a melhor banda portuguesa... talvez...
(o autor das letras talvez tenha algum problema com membros do sexo feminino... talvez...)
6.8.09
Vitorino e Tito Paris - Joana Rosa
23.7.09
21.7.09
6.6.09
2.6.09
Sinto-me sem fé... Sinto gasto, fora de tempo... Como se os últimos anos tivessem sido apenas uma passagem, que não tivesse acrescentado nada de novo, não tivesse modificado nada... E creio que sim, que estou exactamente no mesmo sítio onde estava há cinco anos... Problemas de pertencer a uma geração que corre sempre atrás do tempo e nunca o encontra... Não me sinto parte de nada, não creio ter construido nada de relevante, não antevejo grande futuro nem grandes condições de possibilidade... Diabo de mania de só perder tempo... O tempo não para, nós paramos mas o tempo nunca pára... Acho que queria ter menos cinco anos... Poder refazer o que fiz... fazer o que não fiz... fazer o que queria ter feito... fazer o que devia ter feito... Só há uma coisa que se deve aprender com os erros. Não é não os repetir, é que não se deviam ter feito. Depois do erro cometido, raramente podemos fazer as coisas como se o erro não tivesse acontecido... Gostava de voltar atrás, àquele preciso momento no tempo e no espaço, ter dito o que não disse, ter feito o que não fiz, não ter feito o que acabei por fazer. O que devemos aprender com os erros é que não os devemos cometer... e o universo seria completamente diferente...
Etiquetas: temporalidades
26.5.09
a dor:
O Conselho de Administração do Hospital **** ********* lamenta informar o falecimentodo seu filho ******** ******* ******. Para a família as nossas sinceras condolências.
O Conselho de Administração do Hospital **** *********
a sorte:
Tem no balcão do Banco ******** ***** de * ** ******* o voucher da viagem ganha por si. Pode proceder ao seu levantamento em qualquer altura.
Banco ******** *****
Às vezes, apesar das circunstâncias, o pormenor se ser o veículo de transmissão de emoções tão diferentes faz-me pensar que até nem é mau de todo fazer isto...
25.5.09
14.5.09
Etiquetas: delírios nocturnos